“Devemos suportar tudo, porque o sofrimento é pequeno e a recompensa é grande”

Santa Catarina de Sena

Um dos principais fins do sofrimento, na intenção do Senhor que o envia, é purificar a alma, a fim de que, desapegada dos bens e dos gozos terrestres, se dê toda e cabalmente ao Amor Divino.

O sofrimento é, pois, a florescência da Santidade, porquanto sabeis que a videira geme antes de florescer, bem como a linda amendoeira.

É por isso que nosso bom Mestre irá sempre purificando o coração, para apega-lo mais intimamente a si. Deixai-o operar à vontade! Ele não fará mais que arrancar as matérias estranhas misturadas ao ouro, purificando-o. Amai a Jesus em todos os estados de seu amor; e quando estiverdes triste, com a alma desolada, amai com Jesus desolado, mas amando sempre cada vez mais.

Ah! quem está crucificado com Jesus sofre, chora e alegra-se.

Chora porque a natureza repugna o sofrimento e ela teme o Reinado de Deus. Se vier a gemer, se tiver medo, não será de estranhar, nem convém castigá-la demais, mas dizer com o real profeta: “Por que está triste ó minha alma, e por que estás perturbada? Espera em teu Deus que é tão bom!”. Mas ao mesmo tempo alegre-se, pois a Graça sabe apreciar o sofrimento, e o amor fá-lo amar e desejar, porque a essência do amor nesta vida está na imolação e na dor.

Como, porém, dificultamos a Deus afastar aquilo que lhe tolhe a Graça, aquilo que impede o Reinado do seu Amor em nós! Deixai-o operar livremente! Embora a faca do sacrifício corte profundamente, é para aniquilar-nos mais depressa a vil natureza.

Fonte: A DIVINA EUCARISTIA – Escritos e Semões de São Pedro Julião Eymard