Somente Bento XVI nos defendeu dos muçulmanos.

A violência islâmica na França nos últimos dias é um forte ataque ao Ocidente. A Igreja Católica, que nem mesmo menciona o Islã e o Islamismo mostra que não quer defender o Ocidente. O oposto do pontificado de Bento XVI.

A terrível violência islâmica que ocorreu na França nos últimos dias é um forte ataque ao Ocidente e à Igreja Católica, que minimiza ou finge catalogar esses eventos na categoria genérica de terrorismo sem adjetivos, mostra que não quer mais defender o Ocidente e perdeu a consciência do vínculo profundo que o liga a ele. Nesta frente vivemos momentos dramáticos. O Ocidente, neste momento, é atacado em todas as frentes, incluindo, como sempre acontece, a frente interna do Ocidente contra o Ocidente, se até a Igreja o abandona, pode ser o seu fim. Seu no sentido do Ocidente ou também no sentido da Igreja?

Bento XVI defendeu o Ocidente.

Nem toda a Igreja o seguiu, de fato … mas ele defendeu o Ocidente. Ele o defendeu antes de tudo de si mesmo, do nada que o devora, da vergonha de seu próprio passado, do ódio de sua própria identidade, da desconfiança da razão ocidental, do pântano do relativismo, da tendência de se vender por um prato de lentilhas.

Em Regensburg, ele o defendeu por um lado da secularização de origem protestante em sua história e, por outro, do Islã: ambos contradizem – disse ele – a relação entre fé e razão que é o mais belo fruto da civilização ocidental, se trazido de volta para a alma.

Ele a defendeu do relativismo, explicando ao Parlamento alemão em que se baseia a autoridade política e convidando a Europa a se redescobrir, algo impossível de fazer se, como quer Macron o governo italiano, inglês etc. as igrejas são fechadas.

Ele o defendeu da imigração generalizada, defendendo o direito primário dos povos de não emigrar, e da ecologia das elites, sempre falando sobre ecologia humana e nunca apenas sobre ecologia ambiental.

Bento XVI não defendeu tudo do Ocidente, mas tinha certeza de uma coisa: algo providencial e, portanto, essencial havia acontecido no Ocidente, a saber, o encontro do Cristianismo com a metafísica grega; já que esse relacionamento acabou bem aqui no Ocidente, deve ter havido uma recuperação aqui no Ocidente. Algo aconteceu aqui que a fé cristã não pode prescindir e que nenhum cristianismo africano ou asiático será capaz de substituir se acabar. O cristianismo é universal, mas algo universal ocorreu no Ocidente. Defender o Ocidente significa defender não uma área geopolítica, mas uma civilização, incluindo alguns elementos sem os quais a Igreja não pode ser o que é. Giulio Meotti escreve: “Todo o pontificado de Ratzinger foi uma defesa da civilização ocidental ou, mais simplesmente, do Ocidente. Mas não há um único desafio do qual Ratzinger tenha aparentemente emergido como vencedor, como se o niilismo fosse o único destino do Ocidente, como se a sedução fosse tão imensa que só pudesse encontrar satisfação na aniquilação”. É por isso que Meotti intitulou seu recente livro sobre Bento XVI O Último Papa do Ocidente (Liberilibri 2020). As derrotas históricas, no entanto, nunca por si só testemunham que alguém estava errado. O problema então se torna realmente grande: um Papa não pode mais defender o Ocidente? Após a aparente derrota de Bento XVI em campo, é necessário abandonar a ideia de defender o Ocidente? Ao deixar de defender o Ocidente – no sentido que ficou claro acima – o Papa renuncia a algo essencial para a fé católica e para a Igreja?

A Igreja hoje, salvo alguns exemplos contrários, não admite que o Ocidente esteja sob ataque, pelo contrário, o considera um inimigo. A Igreja tem o cuidado de definir os atos terroristas que custaram a vida de tantas pessoas inocentes, islâmicas.

A Igreja convida a votar para Biden nas eleições presidenciais americanas, que é o defensor radical da ideologia da morte do Ocidente nas mãos do próprio Ocidente.

A Igreja apoia regimes autoritários na América do Sul e tem o cuidado de não incomodar o gigante chinês com relação aos direitos humanos, desastres ecológicos e política de poder.

A Igreja não defende o Ocidente das invasões migratórias, sonhando com uma hibridização multireligiosa. A condenação da “cultura da morte” é esporádica e fragmentada, de longe não comparável à condenação de outros fenômenos decididamente menos exigentes moralmente. Muitas coisas podem ser ditas sobre a encíclica Fratelli tutti, mas certamente é impossível considerá-la como uma defesa do Ocidente. É muito mais fácil ver exatamente o oposto disso.

Sobre o ponto em questão, a saber, a defesa do Ocidente, o pontificado de Francisco é o antípoda do de Bento XVI.

Este último, porém, tinha bases tradicionais muito fortes, não era um hábito simples de um teólogo renomado. O que acontecerá então com a continuidade da Igreja neste importante terreno? Giulio Meotti conclui sua avaliação do último Papa no Ocidente com as seguintes palavras: “O tempo nos dirá se Ratzinger foi aquele palhaço em que ninguém acreditou enquanto gritava ‘fogo!’ Ou se, ao contrário, não era um novo Bento capaz de salvar a civilização do grande incêndio”.